A velhota cá do sítio



Foi em 2002. Vivia eu na casa dos meus pais quando ela veio para a nossa família. Tinha três meses de vida e parecia uma bolinha de pêlo em tons de creme. Um caniche, supostamente foi um presente para meu irmão mais novo e, de entre tantos nomes sugeridos, ficou Pinky.  Fui eu que escolhi.
Mal sabíamos o que ela ainda iria viver!

Quis o destino, ou as circunstâncias da vida, que a família seguisse caminhos diferentes. Os meus pais e irmãos emigraram e eu por cá fiquei a acabar os estudos. Vá-se lá saber porquê... (ai o destino!)

A Pinky ficou comigo.  Costumo dizer que foi uma herança e, apesar de estarem todos de volta, ela continua comigo. Agora, 14 anos depois, com uma nova família.
Entretanto muita coisa aconteceu... a Pinky foi mamã duas vezes. 
Na primeira ninhada eu fui a sua assistente de parto e apaixonei-me de tal maneira pelo primeiro filhote que acabei por ficar com ele. O Hugo chamou-lhe Nietzsche e o cão era tão maluco como o filósofo (ou pior)!! Também era creme mas tinha pelo curto e liso; tinha umas orelhas compridas e descaídas que eu adorava e parecia um salsicha! O cão era tão desvairado que nunca lhe consegui colocar uma trela para passear. Era lindo e super meigo. Mas também era um bruto do pior - saltava por tudo e por nada e não parava quieto um instante.
Infelizmente o Nietzsche não viveu muito tempo. Morreu com uma pneumonia. Na altura foi-lhe diagnosticada outra doença para a qual começamos a fazer tratamento. Com um diagnóstico errado, o tratamento não podia ser o correcto e já não o pudemos ajudar. Custou-nos horrores e nunca pensei chorar tanto por um animal - é daqueles amores que não sabemos explicar! Ficaram as saudades. Na altura a Pinky ficou desorientada por uns dias. Estava habituada à companhia do filhote que lhe chateava a mona todo o santo dia... Ela tinha outra companhia, outra herança: uma cadela Serra da Estrela super-hiper meiga que ainda a acompanhou durante uns anos. Era a Estrela.


A Estrela foi companheira da Pinky durante 10 anos.

 

Na segunda ninhada, já passado uns dois anos, não estávamos em casa para assistir e nem fazíamos ideia de que a cadela estava prenha - foi uma bela surpresa. Tivemos sorte pois conseguimos sempre deixar os cachorrinhos em boas mãos.

O tempo passa. 
Compramos o nosso T2 e a Pinky mudou-se connosco, assim como a Estrela (quem tem acompanhado as nossas histórias já deve ter percebido que a Estrela também já não está entre nós).
Um ano depois nasce o Bernardo. A cadela percebeu que eu estava grávida muito antes de nós sabermos - de repente só queria dormir debaixo da nossa cama, o que não era normal. Quando descobrimos que a família ia aumentar, e depois de sabermos o tempo de gestação, percebemos o porquê da cadela insistir em dormir no quarto, debaixo da cama. Os timmings batiam certo.
A Pinky ganhou um novo amor. O Bernardo tinha ali uma protectora 24 horas por dia. O seu instinto maternal continuava a trabalhar!





Recentemente foi a vez da Maria Inês. O impacto não foi tão grande e demorou mais a aproximar-se da bebé. Mas também não fez ciúmes nem nada do género. Está mais velha, mais calma, mais ponderada... e mais esperta também!
Quando a Maria Inês está na espreguiçadeira a Pinky gosta de lhe ir dar umas beijocas. E a miúda nem reclama!! Ainda estica os braços como se quisesse chamá-la.

Sempre ouvi dizer que os cães de raça pequena vivem muitos anos por isso não sabemos o que a Pinky ainda vai viver. Não sabemos que outras aventuras ainda vai partilhar connosco  mas é espetacular ver como a cadela acompanhou tantas mudanças e diferentes fases da nossa vida. Quando ela foi para minha casa, há 14 anos atrás, nunca imaginei que a Pinky, um dia, iria conhecer os meus filhos.
A velhota está aqui para as curvas.



Vamos ver o que ainda está para vir!

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