Birras, já?

Socorro! 
A Maria Inês descobriu o verdadeiro significado de uma bela birra e há dias que ninguém aguenta.
Como é que é possível que, com apenas três meses de vida, a miúda já seja tão esperta?!
Como já aqui contei, o primeiro mês da Maria Inês foi um pouco complicado mas, depois disso, a criança tornou-se num verdadeiro anjinho sem asas. Era come e dorme durante o dia, sempre bem disposta e, à noite, chegava a dormir até 8 horas seguidas.


De repente, de há duas semanas para cá, está armada em esperta!
Não quer ficar sozinha nem que lhe paguem. Assim que a deixamos no berço é ver a Maria chorar até ficar vermelha e, muitas vezes, sem respiração. Mas é mais que isso. Todo o processo da birra é acompanhado por uma coreografia: quando começa a chorar, a Maria estica os braços para cima, ligeiramente afastados. Como não surte qualquer efeito, estica as pernas, também ligeiramente abertas. Estes dois movimentos em conjunto formam um X e causa algum impacto. Ainda não consegui descobrir o porquê mas ter um bebé em forma de X aos berros no berço não é o melhor momento do meu dia. Por muito que digam que temos que os deixar chorar, não aguento. Chega a um ponto em que se torna insuportável - para além de ela chegar ao limite do seu fôlego (algumas vezes) não consigo ouvi-la em modo sofrimento. Então aqui que vou eu em busca da princesa encantada.
Assim que ela me põe a vista em cima é automático: esboça um sorriso enorme e quase que bate palmas pois os braços abertos fecham-se instantaneamente unindo as suas mãozinhas. 
Ora, ora que a pirralha "sabe mais que a Amália"!


Os primeiros minutos na espreguiçadeira.



Já tentámos a espreguiçadeira para a distrair quando não tem sono mas não há Panda nem Ovelha Choné ou Baby TV que a entretenham durante mais que 15 minutos - mais que isso já seria um verdadeiro luxo. E mesmo assim quando batem os 15 minutos já está a resmungar há 5.
Normalmente é sinal que tem sono então vai de volta para o quarto. Mas, assim que lhe pego, agarra com todas as suas forças na primeira coisa que conseguir: a camisola, o soutien, o cabelo... só para o caso de eu a querer deixar algures numa cama. Inteligente a menina!

Quando assim é, opto por deitar-me na minha cama com ela para a ir largando suavemente, na esperança que ela fique (pelo menos) sossegada e depois tento adormecê-la. Mas a sacana topa-me à distância! Consigo deitá-la mas automaticamente a Maria começa aos berros - e ainda não me largou a camisola ou lá o que ela conseguiu agarrar. A única maneira de me safar é começar a cantarolar umas músicas infantis (leia-se: excertos de algumas músicas que me vou lembrando e misturando umas com as outras), tipo "As pombinhas da Catrina" ou "A loja do mestre André" e outra sobre um pardal que fugiu e uma manta com piolhos que aprendi com a minha avó (coisas de família).
Ainda assim arrisco-me a ficar meia hora "alapada" à criança: eu canto, ela chora, eu abano-a, ela resmunga, eu tento abrir-lhe a mãozinha para me largar, ela chora ainda mais. Entretanto reparo que está na hora da maminha... "fogo, mais duas horas em que não fiz nada". Com um bocadinho de sorte a Maria adormece a meio da mamada. Estava derreada. Era de prever. Mas mesmo assim vejo-me grega para lhe abrir a mão para que me largue. Bolas que a miúda tem força!
E entretanto:
"Boa... vou tomar banho!"

'Tá bem abelha...
Nem chego a entrar na banheira e já estou a ouvi-la. Começa a resmungar de mansinho mas eu finjo que não oiço. Então ela começa a atacar.
"Ok, não me safo."
Desisto do banho. Ah, e entretanto também já estou há umas horas sem conseguir alimentar-me e ir ao wc pode ser um enorme desafio!
Já que não consigo fazer mais nada vou fazer companhia à criança. Ao menos se eu estiver ao lado dela, ela acalma-se e eu aproveito para dormir uma sesta.
Era bom não era?
A Maria está tão focada no querer sair dali e não ficar sozinha que, mesmo depois de adormecer, não consegue estar sossegada. E claro que, preocupada em mantê-la calma e tranquila durante o sono, qual sesta, qual quê.


E o meu dia torna-se numa bola de neve: chora, passam duas horas e mama; chora, mais duas horas passaram e mama; vira o disco e toca o mesmo com uns cochilos pelo meio.
Resumindo: pareço uma desalojada. Alimento-me mal, não tomo banho, durmo mal de noite e de dia não consigo fechar a pestana.
Resta-me esperar por outro milagre e que a Maria Inês se torne novamente no anjinho sem asas.
Socorro!!

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