Tecnologia para que te quero?


Não tenho nada contra as novas tecnologias, muito pelo contrário - hoje em dia podem ser uma preciosa ajuda nas mais variadas situações. Mas, se há coisa que não gosto, é de ver o meu filho com a cara enfiada num tablet ou num telemóvel, principalmente porque cá em casa nunca teve esse hábito até ver os primos mais novos a jogar!
Cada um sabe de si e não digo que faça mal à criança um joguinho de vez em quando mas prefiro mil vezes vê-lo a transpirar de tanto correr quando vai à casa dos avós ou dos tios do que sentado agarrado a estas coisas.




“Ah e tal, que exagerada!”
A sério. Nestas idades, jogos? Prefiro que ele desarrume os quase cinquenta puzzles que tem ou me peça para jogar com as cartas do Faísca durante horas (jogo de memória) ou os outros 30 jogos sobre o corpo humano, os meses do ano ou os números. São jogos bem mais interessantes e didáticos.

Cá em casa não há tablets e o Bernardo não tem por hábito mexer no computador sem ser connosco.  Mas existe uma playstation e ele já lhe apanhou o gostinho  - lá está… foi preciso ir a casa de terceiros para aprender a mexer porque, apesar do pai ser um playstation  junkie, nunca o incentivamos a jogar nem ele demonstrou qualquer interesse.







Deixemos as crianças serem crianças!
Ir ao parque e vir de lá todo sujo, jogar à bola até não poder mais, dar umas quedas de bicicleta, jogar às escondidas ou à apanhada… e que tal aqueles jogos que fazíamos na rua, no chão, com giz: a macaca, a sirumba, o 35! Digam lá que não  éramos genuinamente felizes assim? Não tínhamos consolas nem computadores que nos prendessem em casa e o ar livre era o auge. Ir para  a rua brincar era o momento alto dos nossos dias, mesmo que fosse para andarmos simplesmente a correr. Lembro-me que na minha zona explorávamos casas abandonadas semi-construidas e uns montes enormes de areia em que escorregávamos por ali a baixo vezes sem conta e voltávamos para casa com a roupa toda suja.




Hoje o meu filho não vai sozinho para a rua brincar.  Vivemos num apartamento, numa zona com muitos prédios (muito semelhante à zona onde vivi com a idade dele) mas não vejo crianças da idade do Bernardo na rua sem a companhia de um adulto. O que aconteceu nos entretantos? Será que adoecemos? Estamos paranóicos? Porque não têm os nossos filhos a mesma liberdade que tínhamos nós há 30 anos? (Que horror! Pareço uma velha a falar. Já passou mesmo esse tempo todo?!!)
A verdade é que não sou capaz. Não confio. Tenho medo. E já percebi que não sou a única. Será que somos nós pais que estamos a exagerar ? Ou terá a nossa sociedade entrado mesmo em decadência?
A playstation, a wii, a X-Box, a Internet e a tecnologia em geral tiraram o lugar à apanhada e às escondidas, às correrias pela rua a tocar às campainhas dos prédios e à sirumba.
Mas de quem é a culpa realmente?

Comentários

  1. A tecnologia não tirou o lugar a nada, há tempo para tudo, o mal vem de não haver bom senso e preferir deixar uma criança agarrada a um tablet durante horas, do que dar-lhe atenção.
    Vejo famílias inteiras completamente "desconectados" uns dos outros e conectadissimos nos seus tablets e tlms.
    O mal é transversal a todas as gerações.
    Cada vez será pior, porque a tecnologia também será cada vez melhor.
    Por isso é que nós (eu e tu) e mais algumas alminhas iluminadas tentamos ser diferentes das restantes ovelhas e damos uma educação diferente aos nossos filhos

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  2. Há tempo para tudo mas o comodismo de um sofá e um comando na mão dizem o contrário. Infelizmente.
    Mas não nos podemos esquecer que a tecnologia também pode ser nossa amiga: se não fosse a Internet o Bernardo e a Maria Inês não existiam! :D

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