Vamos dar uma volta?



Sair de casa para ir simplesmente dar uma volta pode ser uma grande aventura.


E vocês dizem: “Em qualquer casa com crianças sair de casa é uma aventura!” Sim, eu sei. Mas antes de haver crianças já era assim… 
No tempo de namoro saiamos para jantar sem um plano pré-definido. No carro o Hugo perguntava “Onde te apetece ir?” E eu: “Não sei, decide tu”. -  “Pronto, vamos a Sesimbra” (adorávamos o “Pantanal”). Chegávamos à porta do Restaurante e estava cheio - claro... com o tempo que demoramos a decidir! Então o Hugo dava meia volta e pensava alto: “oh, já sei!” Quando dava por mim já estava a atravessar a ponte 25 de Abril. “Vamos a Alcântara, a um restaurante onde já estive e gostei muito” – Só revelava quando estávamos quase lá. Ops, já não existe! Mas espera que ele conhece um rodízio muito bom aqui em Lisboa.
Hmmm… pelas voltas que já demos não se deve lembrar bem onde fica.
E era assim. Lá para as 22h estávamos a entrar num restaurante para jantar.

Só jantávamos a horas decentes quando saiamos de casa logo a seguir ao almoço: “Vamos ao cinema?” – “Boa!” 
A chegar ao Almada Fórum: “Está bom tempo. Vamos comer um geladinho à Costa?” E que melhor argumento para me convencer de algo? Ele disse a palavra mágica: Gelado!
Mas calma… nem que fosse à meia-noite, ainda íamos parar ao cinema (ai o tempo das vacas gordas!!). 


Hoje em dia é um pouco mais complexo.


Acordamos e tomamos o pequeno-almoço nas calmas porque é domingo e ninguém anda atrás de nós. O Bernardo ainda vai ver desenhos animados e, de repente, alguém diz: “Vamos lá a baixo dar uma volta com os miúdos?” – “Onde?” – “Então… vamos comprar pão e vamos um bocadinho ao parque.”

O mote está lançado. Vamos lá então.
Vou tomar banho. O Hugo vai tomar banho. Enquanto o Hugo toma banho dou mama à Maria Inês e o Bernardo vai-se despachar porque já tomou banho à noite, antes de ir para a cama (já faz tudo sozinho. É a nossa sorte senão ainda era pior). Eu vou-me vestindo, visto a menina e controlo o Bernardo: “Já lavaste os dentes? Já te penteaste? Vai-te calçar pá!” - Entretanto o Hugo já saiu do banho e está quase despachado. Arrumo o saco da bebé. Eu estou quase pronta mas o Hugo já está a bufar por todos os lados, mete a criança mais nova no ovo, dá dois gritos ao Bernardo que está agarrado aos desenhos animados outra vez e saem de casa. Para não variar eu sou a última mas não porque me esteja a produzir. Vou-me calçar. Não sei dos óculos (sim, estou a ficar pitosga!). Uma volta à casa para procurar os óculos. Aproveito levo o saco do lixo. Tenho que ir apagar a televisão que o Bernardo deixou ligada. A chave de casa... onde está a minha chave? Vou sair. Caraças, as luzes estão todas acesas – lá vou eu dar mais uma volta. Vou a fechar a porta e… fogo pá, onde é que pousei o telemóvel?! Mais uma volta à casa (ainda bem que é minúscula!). Enquanto desço vou a pensar: "Não me lembro se pus desodorizante. Pânico!" Consigo chegar lá a baixo. O Bernardo corre de um lado para o outro. O Hugo pergunta-me: “Vamos onde?” Faço aquela cara de What the fuck?: “Não íamos ao parque e comprar pão?”.

E lá vamos nós - na melhor das hipóteses é 1H da tarde!

Depois da voltinha rápida no parque porque o Bernardo afinal nem quis brincar (eu disse que ele tinha pancada!!) e porque até já é tarde e nós queremos é o sofá de domingo à tarde e ainda nem almoçámos, vamos ao Lidl comprar pão (nós adoramos o Lidl). Passamos mais tempo no supermercado do que no parque e, em vez de pão, trazemos qualquer coisa rápida para o almoço porque é tardíssimo e qualquer coisa ainda mais rápida para o jantar porque o Chef está de folga e a mim não me apetece. Saímos do Lidl carregados de porcarias: gelados, pipocas para acompanhar o sofá daqui a nada, croissants para o lanche, um suminho para o jantar... (ainda bem que a estas horas as roulotes que costumam estar no parque ainda estão encerradas!) E lá voltamos nós para casa. Nestes domingos almoçamos praticamente às 4h da tarde! Acabamos por adormecer no sofá e ninguém se lembra das pipocas - eu já não aqueço muito o meu lugar no sofá porque a Maria não deixa por isso adormeço na cama - e a janta sai lá para as 21h. Ainda bem que trouxemos comida super rápida. Já experimentaram as pizzas do Lidl? Deviam.

No Parque da Vila



Estas são as aventuras perto de casa porque há delas mais longínquas! 




Lembro-me de uma vez nas férias de verão do ano passado, em que saímos preparados para ir à praia e a meio do caminho o Hugo para o carro para pesquisar no Google: “Queres ir ao  Buddha Eden Garden?” – WTF? “Isso não é muito longe? Não. Quero ir à praia.” (Não me tentem tirar a praia!) Naquele momento estávamos quase na Fonte da Telha mas o Hugo insistia “Era para fazermos uma coisa diferente” – “Mas eu quero ir à praia. Vamos a uma praia diferente”.

E Fomos parar à Comporta! Esta foi resumida só para terem uma ideia.


O Bernardo e a prima Maísa no ferry, com Tróia à vista.
Na praia da Comporta.











Bem, esta família não morre de monotonia de certeza absoluta porque, quando saímos de casa, é sempre uma incógnita.


Andamos a combinar uma ida ao Jardim Zoológico… Estou para ver onde vamos parar.

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