No parque mas com educação!

Dia 5 de Outubro, feriado, dia solarengo, miúdos em casa. Perfeito para irmos até ao parque. Muito melhor que ficar esponjado no sofá a ver desenhos animados ou a jogar playstation.
Confesso que a minha vontade de sair de casa hoje era nula. A mim apetecia-me mesmo era deitar na minha caminha e dormir uma sesta descomunal, tal tem sido o cansaço esta semana. Mas não quis ser a má da fita então tomei a iniciativa. Chamei a prima Maísa (que não me passasse pela cabeça ir ao parque sem a prima!) e lá fomos nós.
E claro, um programa com o Bernardo não seria normal se não tivesse uma das suas "birrópancadas" para animar o dia. Como lhe menti e disse que íamos sozinhos ao parque porque queria fazer surpresa, foi o caminho todo a refilar que não ia sem a prima (mas estava a ir e juro que não foi arrastado. Até porque já tinha o carrinho de bebé para empurrar). Fui-lhe dando umas tangas pelo caminho para empatar mas não me livrei da birrinha até chegarmos ao destino.
Mesmo depois de ver que a prima estava à espera dele no parque, ficou amuado durante meia hora e foi brincar quase obrigado.
E ainda não chegou à adolescência... nem quero imaginar!














 Eu sei o que parece mas não, não combinaram as roupas!









 
Passam-se uns minutos e ele esquece. Já só quer saber da brincadeira e a estes dois ninguém para. Haja saudinha! Correm incansavelmente (e hoje nem foi dos dias piores), trocam de brincadeira de 5 em 5 minutos, conseguem sujar-se mesmo sem tocar em nada, aleijam-se das maneiras mais parvas que podemos imaginar... chegam a ser dois verdadeiros índios insuportáveis!! E sim, cansam a beleza a qualquer uma. Estão na idade.

Quase três horas de brincadeira e pés descalços (não gosto da ideia porque há muita gente que não cumpre regras e leva os animais a fazer as necessidades no parque mas, honestamente, não quis ser a castradora de serviço) e mesmo assim não chegou para descarregar as energias. Querem sempre "só mais um bocadinho" e "só mais um bocadinho"...




E sabem que mais?
Vim embora do parque um pouco triste! 

Sim, triste.
Triste pelas vezes que ralhei com o Bernardo e lhe disse coisas como: "deixa de ser mal educado" só porque brincou à mesa ou falou por cima de nós quando estávamos a conversar.
Triste porque sei que o meu filho tem muita energia e adora correr e fazer barulho mas não é mal educado; gosta de se armar em malandro quando está com a prima e fazem mais barulho que uma turma do pré-escolar inteira: gritam, saltam, discutem, atiram com coisas um ao outro, saltam em cima do sofá da vovó Dáda e deixam-lhe a sala num pandemónio mas não é mal educado. Triste porque o meu filho é só uma criança a crescer e eu, volta e meia, acuso-o de ser "mal educado". É daquelas coisas que já fazem parte do nosso discurso de mães moralistas e não pensamos realmente no que estamos a dizer.
O meu filho não é melhor que nenhuma outra criança mas eu sei que o Bernardo não é mal-educado, não é uma criança com maus instintos, adora tomar conta dos mais novos e é super meigo e carinhoso - não é à toa que os primos mais novos adoram brincar com ele. O meu filho não diz asneiras e sabe o que não se deve fazer em determinadas ocasiões; sabe comportar-se num restaurante, por exemplo; sabe comportar-se na casa de terceiros; não deita lixo para o chão; exige de nós o "se faz favor" e o "obrigado" pois foi assim que o ensinámos.

E numa simples ida ao parque, onde vemos dezenas e dezenas de crianças de várias idades, de diferentes origens e classes, todas elas com o mesmo objectivo - divertirem-se - é que tenho a noção de que o Bernardo, por muito que fale alto demais ou não venha para a mesa à primeira vez que chamamos, ou não foi arrumar o quarto quando mandámos, é das crianças mais bem educadas que conheço.

Ver uma criança de 5 ou 6 anos a agredir o menino da frente (que até é bem mais pequenino) na fila para o escorrega só porque lhe apetece ou a dizer asneiras daquelas que nem eu digo porque acho horrível... é triste. Mas ainda é mais triste ver que os pais ignoram os acontecimentos e não tentam sequer fazê-los ver a diferença entre o certo e o errado! Ou repreendê-los pelo mau ato.
O que aconteceu às boas maneiras, à educação, aos bons valores e princípios?
Serei eu antiquada?
Estamos a criar as futuras gerações do nosso planeta. É bom não esquecer. 



Nota de rodapé: Estou um dia atrasada na publicação do texto e por isso peço desculpas aos meus seguidores mas as crianças conseguem ser muito imprevisíveis.


Comentários

  1. Infelizmente os princípios e os valores estão a evaporar-se. Por isso o importante é mantê-los muito vivos com os que estão próximos de nós.

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